No dia 31 de agosto, a MAE teve a oportunidade de levar as preocupações ambientais e económicas das gentes do Pinhal relativamente à intenção na construção do Túnel do Cabril e da destruição de mais um Rio com uma nova barragem no Ocreza ao ministro do ambiente Duarte Cordeiro.
Demos Voz à irracionalidade económica e ambiental e deixámos soluções alternativas.
Entregamos ao ministro um manifesto subscrito por autarcas e empresários da região a mostrar preocupação e incompreensão na intenção de construção destas obras cujos valores falados sao na ordem dos 100 milhões para os 50 km de túnel e de 400 milhões para a barragem.
Neste momento, a Albufeira do Cabril encontra-se à cota de 30%, impossibilitando muita da atividade turística que nestes meses é motor económico da região. Situação também vivida na Albufeira do Castelo de Bode onde, por exemplo, a maioria das estâncias de Cable Park de wakeboard estão desativadas devido ao baixo nível da água da Albufeira. Com o desvio da água do Cabril ficará menos água disponível para estas duas albufeiras, o que tornará mais recorrente gravosa situação atual.
A destruição de mais um rio livre, ao contrário do que apregoam, nunca trará benefícios ambientais. Com 59% dos moluscos e 40% dos peixes de água doce na Europa sob ameaça de extinção, o governo português, em contraciclo com as políticas europeias de promoção de Rios livres, continua a defender a construção de mais barreiras nos nossos Rios como “benefícios ambientais”. Desafios do futuro não se resolvem com soluções do passado. Os problemas de regularização dos caudais do rio Tejo provocados pelas barragens em Espanha resolvem-se nas barragens espanholas e não com a construção de novas barreiras. Será imprescindível a revisão da Convenção de Albufeira e a exigência do seu cumprimento pelo país vizinho. No futuro, sendo a água um bem precioso cada vez mais escasso, é crucial que o seu consumo seja reduzido e que haja uma adaptação do seu uso na agricultura, com reaproveitamento de águas residuais, redução de perdas e eficiência no seu uso.
Se no futuro nos espera menos água, apelamos à sua ponderação e equilíbrio na procura de soluções que não impactem negativamente a nossa natureza nem a vida das nossas populações.
Apelámos também ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática que evite a pretensão megalomaníaca da senhora Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, de dar uma última machadada no rio Tejo ao promover os novos açudes e barragens do projeto Tejo que irão ser construídos de Abrantes até Lisboa, fragmentando os últimos 127 km de rio livre de 20 em 20 km.
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